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“Vimos a estrela no oriente e viemos adorá-la”


Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, a ser realizada de 18 a 25 de Janeiro.


Celebra-se de 18 a 25 deste mês o Oitavário de Orações pela Unidade dos Cristãos. Elementos para a sua celebração podem encontrar-se no site do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos [www.christianunity. va]. Isto não significa que só nestes dias a unidade dos cristãos deva ser tema na nossa oração. Que o seja sempre, para que a unidade se construa e se mantenha. Além da oração há que dar passos concretos para que a unidade seja um facto e se evitem motivos para divisões.


Este ano tem por tema “Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mt 2, 2), com subsídios elaborados pelo Conselho das Igrejas do Oriente Médio (MECC). Pretende ser um convite para que os cristãos sejam um símbolo como a Estrela de Belém: "os cristãos do Oriente Médio encontraram na 'estrela' uma imagem da vocação cristã. A estrela foi o sinal que guiou os Reis Magos de lugares distantes e de diferentes culturas até ao Menino Jesus e representa uma imagem de como os cristãos se unem em comunhão entre eles ao aproximarem-se de Cristo”.


A unidade dos cristãos foi um dos desejos expressos por Jesus. Que haja «um só rebanho e um só pastor» (João 10, 16), disse. Na Oração Sacerdotal da Última Ceia rezou: «Pai Santo, guarda-os em ti, para serem um só como nós somos» (Idem, 17, 11). «Não rogo só por eles (os discípulos), mas também por aqueles que hão-de crer em mim, por meio da sua palavra, para que todos sejam um só… Que sejam um, como nós somos um» (Idem 17, 20 -22).


A vontade de Jesus está longe de ser concretizada, como demonstra a existência de várias igrejas cristãs. Não ignoro o meritório trabalho do movimento ecuménico, mas há ainda muito caminho a percorrer e obstáculos a vencer. As divisões surgiram logo, quando os helenistas se queixaram de as suas viúvas serem esquecidas pelos hebreus no serviço às m e s a s (Atos dos Apóstolos 6, 1-2). Depois foram as críticas a Pedro por ter entrado em casa do centurião Cornélio (Idem 10-11) e todo o esforço por parte dos cristãos vindos do judaísmo ao querem impor a prática da circuncisão, a que se refere particularmente S. Paulo na Carta aos Gálatas. Depois foram as diversas heresias, a divisão entre o Oriente e o Ocidente, as várias igrejas surgidas da chamada protestante.


Também a nível de comunidades locais surgiram e surgem rasgões que não deixam incólume o Corpo Místico de Cristo. Até na paróquia, em movimentos apostólicos e na mais pequena das igrejas, a família. Não podemos aspirar à unidade na grande família humana se a não procuramos construir na pequena: na família, na paróquia, na comunidade de trabalho.


É imperioso construir a unidade, o que tem diversas exigências:

6.1 Que se não identifique unidade com uniformidade. (…)

6.2 Que se distinga o essencial do secundário. (…)

6.3 Que se ponham de lado vaidades, teimosias, caprichos, ânsias de vedetismo, interesses materiais. (…)

6.4 Que na busca da unidade se pratique um verdadeiro diálogo. (…)

6.5 E que se não construa uma falsa unidade feita à base de cedências em questões fundamentais.


Monsenhor Silva Araújo

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