Grupo "Semeadores de Esperança" | TEMA IV
ORAÇÃO INICIAL
Ouvimos, Senhor, a Tua advertência: “Acautelai-vos do fermento dos
fariseus!…”
Ouvimos; mas, são tantas as vezes em que deixamos que esse fermento levede a nossa massa:
na acepção de pessoas, nos privilégios do nosso grupo,
na alegada superioridade do nosso movimento,
nos carismas entendidos como graças para uso privado,
nos ministérios como espaço de poder,
na tentação de escolhermos os profetas que deves enviar-nos…
Senhor, concede-nos a graça do acolhimento agradecido.
Tu falas a nossa língua e vives as nossas circunstâncias.
Não Te isolas, mas procuras;
não possuis, mas dás-Te;
não ofendes, mas perdoas; não condenas, mas salvas!…
Faz o nosso coração semelhante ao Teu.
Amen.
LEITURA DO TEXTO (At 10, 23b-43)
23Então Pedro mandou-os entrar e deu-lhes hospedagem. No dia seguinte, levantando-se, partiu com eles, e alguns irmãos de Jope acompanharam--no. 24Chegou a Cesareia, um dia depois. Cornélio estava à espera deles com os seus parentes e amigos íntimos, que tinha reunido. 25Na altura em que Pedro entrava, Cornélio foi ao seu encontro e, caindo-lhe aos pés, prostrou-se. 26Mas Pedro levantou-o, dizendo: «Levanta-te, que eu também sou apenas um homem.» 27E, a conversar com ele, foi para dentro, encontrando muitas pessoas reunidas. 28Pedro disse-lhes: «Vós sabeis que não é permitido a um judeu ter contacto com um estrangeiro, ou entrar em sua casa. Mas Deus mostrou-me que não se deve chamar profano ou impuro a homem algum. 29Por isso, não opus qualquer dificuldade ao vosso convite. Peço-vos apenas que me digais o motivo por que me mandastes chamar.»
30Cornélio respondeu: «Faz hoje três dias, a esta mesma hora, estava eu em minha casa a fazer a oração das três horas da tarde, quando surgiu de repente um homem com uns trajes resplandecentes, diante de mim, 31e me disse: ‘Cornélio, a tua oração foi atendida e as tuas esmolas foram recordadas diante de Deus. 32Envia, pois, emissários a Jope e manda chamar Simão, cujo sobrenome é Pedro. Está hospedado em casa de Simão, curtidor, junto ao mar.’ 33Mandei-te imediatamente chamar e agradeço-te teres vindo. E, agora, estamos todos na tua presença para ouvirmos o que Deus te ordenou.» 34Então, Pedro tomou a palavra e disse: «Reconheço, na verdade, que Deus não faz acepção de pessoas, 35mas que, em qualquer povo, quem o teme e põe em prática a justiça, lhe é agradável. 36Enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando-lhes a Boa-Nova da paz, por Jesus Cristo, Ele que é o Senhor de todos. 37Sabeis o que ocorreu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou: 38como Deus ungiu com o Espírito Santo e com o poder a Jesus de Nazaré, o qual andou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo diabo, porque Deus estava com Ele. 39E nós somos testemunhas do que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém.
A Ele, que mataram, suspendendo-o de um madeiro, 40Deus ressuscitou-o, ao terceiro dia, e permitiu-lhe manifestar-se, 41não a todo o povo, mas às testemunhas anteriormente designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois da sua ressurreição dos mortos. 42E mandou-nos pregar ao povo e confirmar que Ele é que foi constituído, por Deus, juiz dos vivos e dos mortos. 43É dele que todos os profetas dão testemunho: quem acredita nele recebe, pelo seu nome, a remissão dos pecados.»
PISTAS PARA REFLEXÃO
1. Superar distâncias e tabus. Pedro supera a distância geográfica que separa Jope de Cesareia e a distância espiritual que separa um judeu observante de um pagão. Supera também os tabus alimentares que impedem a comensalidade entre judeus e pagãos. Deste modo, se superam também os tabus sociais e raciais que dividem os dois grupos (a razão aparece no v. 28). Cornélio espera Pedro, vai ao seu encontro e prostra-se diante dele.
2. Deus conduz os acontecimentos. A troca e a comunicação recíproca das duas versões ou experiências servem para realçar a matriz comum das duas iniciativas que levaram ao encontro do judeu Pedro com o pagão Cornélio: a iniciativa divina, por um lado, e a oração de Cornélio, por outro. Pelo meio, Pedro assume-se como aquele que, na condição de enviado, faz a leitura dos acontecimentos.
3. Uma síntese da história de Jesus. O discurso de Pedro é uma boa síntese do anúncio do evangelho, da história e vida de Jesus, desde o batismo por João até à ressurreição e aparições pascais. Porque partilharam a vida com Jesus, os discípulos são testemunhas e anunciadores credíveis dos acontecimentos. Se é Deus quem os conduz, é pela boca de Pedro que estes são lembrados, relidos e propostos como objeto do anúncio.
QUESTÕES PARA REFLEXÃO PESSOAL
1. Aceito facilmente que a salvação seja um dom de Deus para todos?
2. Acolho os outros com facilidade, sem preconceitos e sem nada esperar em troca? Aceito com facilidade o acolhimento que me é oferecido?
3. Anuncio, de forma corajosa, a mensagem da salvação, seja em que circunstância for?
QUESTÕES PARA O COMPROMISSO
1. Estou disposto a superar barreiras e tabus para gerar encontro como os outros? Como o vou fazer?
2. Na confluência das minhas experiências com as dos outros, consigo descobrir a ação de Deus, na minha vida, na da sociedade e na da Igreja?
3. Com a ajuda do discurso de Pedro, conseguirei fazer uma síntese da vida de Jesus Cristo, capaz de fundamentar a fé, alicerçar a esperança e dar conteúdo à ação evangelizadora a que sou chamado?
CÂNTICO
É tempo de ser esperança É tempo de comunicar, É tempo de ser testemunha de Deus Neste mundo que não sabe amar. (Bis)
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